Este é o momento de parar, e pensar, ou simplesmente parar.
Preciso rever meus ideais todos os dias, acordá-los de vez em quando. Um banho de água fria na razão, quando cochila.
Sei disso, foram os mesmos que nos trouxeram o café solúvel e o fast food, mas praticidade não se aplica aqui, preciso perceber que a estação é outra e que as folhas já estão caindo, parar de pensar como no verão.
Tudo é um processo, até mesmo esse único ato de fé. Por isso o tempo não pára. Sucessões de segundos em vidas inteiras construindo a história, e histórias, e a minha história. As folhas não caem todas de uma vez, os minutos não se atropelam, mas nossos desejos, tantas vezes, nos levam a negociar valores, inegociáveis.
Não posso olhar além da próxima esquina, isso dá medo ou receio do que pode não ser como queria, então me precipito no asfalto, sem entender que o caminho é tão pessoal e me ensina, em cada passo, um por vez.
Cada estação tem seu por que. Não me lambuzo com manga rosa ou sinto cheiro do cupuaçu despencando dos galhos, mas os galhos começam a brotar e tenho goiabas nas mãos.
O problema é quando digo, mesmo só por dizer, que não posso esperar. Pode parecer mais fácil atirar-me às ondas, mas nunca sabemos o que a maré nos trará amanhã.
Parece-me que dependemos de certezas e, assim mesmo, sempre a perdemos ao esquecer o absoluto, o que tem valor, o que deixa hibernar nossos sonhos para surgir as asas com que alcem vôo.
E a razão cochila. Minhas folhas caem no verão! Este impulso de minhas vontades e é somente isto que consigo ver. Não posso esperar. Vou atirar-me às ondas!
Respire fundo, devagar, e continue respirando, normalmente.
Respire fundo, devagar, e continue respirando.
Respire fundo, devagar.
Respire fundo.
Respire.
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