4.12.06

Do arco ao alvo.

Não sou muito íntimo dessas regras e códigos por trás da web, mas uma comunicação eficiente exige padrões que contenham os mesmos valores de influência. Pensando nisso, precisava enviar minha carta informativa por e-mail com os mesmos traços de identidade visual da carta que envio impressa.

Encontrado um programa que me ajudaria a evitar aquele monte de códigos, comecei a trabalhar.

No começo era só algo conceitual e processual [isso significa isso e é assim que isso funciona]. Depois de acostumar-me um pouco com tabelas que insistiam em mudar de tamanho sem ao menos avisar, com ajustes e desajustes de imagens e com aquele monte de propriedades e opções que eu nem sei bem pra que funcionam, percebi que adquiri um cacoete na parte processual da tarefa; Quando identificava um problema, empreendia todo meu esforço na resolução desse problema. Toda a minha preocupação voltava-se para, por exemplo, o texto que não aceitava a formatação. Era um desaforo por parte do texto, um descaso, um desprezo ao meu bom gosto. Quando, enfim, era formatado o texto, acabei notando que, enquanto caracteres desobedientes ocupavam meus neurônios, outros problemas surgiram. O texto estava em comum acordo com a tabela, a tabela cochichava nos ouvidos pixelados das imagens e elas às vezes ouviam, outras não, revidando a mania das tabelas de encaixotarem-se em bordas e espaços indesejados. Um motim contra minhas intenções.

Focalizar um problema para resolvê-lo foi até funcional, se considerado que o problema específico era realmente resolvido, mas tal cacoete que adquiri no processo gerou outros problemas que poderiam ser evitados. Tentei mudar a estratégia. Isso requereria uma maneira diferente de olhar para a tela. Eu precisaria de uma visão holística, abrangente, que me ajudasse a resolver cada problema sem que o todo saísse de foco. Trabalharia sim, com o bendito texto mal-educado, sem esquecer que ele está abrigado por tabelas e, logo ao lado, há imagens que são essenciais para o que o e-mail honre a idéia para qual está sendo criado. Enquanto isso códigos são gerados. E, se olhar mais de cima, saímos da tela e vemos um monte de processos ocorrendo com as muitas conexões em bites dentro do computador, uma evolução tecnológica historicamente recente que me permite comunicar com pessoas que participam da minha história de maneira tão rápida. E é nesse ponto que saímos do conceitual e processual, e a tarefa passa a ser intencional.

Alvos claros definem passos intencionais legítimos.

Os problemas tornaram-se pequenos, as soluções mais claras. Podia ver amigos, familiares e conhecidos que quero tornar amigos, lendo a carta, e envolvendo-se com sonhos que não são meus.

O e-mail não ficou exatamente como eu gostaria, mas além de ter tempo pra melhorar, amigos responderam e escreveram-me cartas.

Um comentário:

Anônimo disse...

MaX
ah que isso moço...
obrigada é uma junção de letrinhas tão preciosa...que me comove ao saber que alguém é grato por me ver como Deborah e não como Pri =)....ou Nicole... Maria...Juliana...Amélia...Esmeraldina...ou com qualquer outra identidade...obrigada por ter essa cosmovisão tão sensata. =)
e do mesmo modo e intensidade quero lhe agradecer por você ser tão Max.
foi um prazer ter encontrado você...
não querendo discrepanizar o destino mas foi um prazer mizerável ter te conhecido**************
bjuproc =*
ah e sobre o texto "do alvo ao arco"...(do arco ao alvo)ops...
caro amigo...tenho muito a aprender com vc.
=0