13.4.06

Minhas novas primeiras vezes

Como dizem - Sempre tem uma primeira vez. Pensando nisso, acabo de imaginar-me sentado na beira da cama, nú, escondendo as mãos entre as pernas, retraído, tímido na noite de núpcias e até meio amedrontado, confessando: essa é a minha primeira vez. As cenas deste último fim de semana não foram assim, tão bizarras, mas foram dias de muitas primeiras vezes.

Foi a primeira vez que visitei o sul de nosso solo pátrio. A primeira vez que o dia não estava nublado e pude ver São Paulo de cima. A primeira vez que meu cartão bancário foi bloqueado, que deixei um recadinho para a comissária de bordo, que não carreguei bagagem em excesso. A primeira vez que, aqueles amigos que primeiro abracei no Rio, beijei em Joinville, e que de Joinville ganhei novos amigos. A primeira vez que tomei Capirinha de Vinho (vinho com açucar, gelo e limão), que comi melado, pão com doce de leite e maionese juntos, um tipo de torta de banana com um nome em alemão que não me lembro, e o famoso churrasco dos sulistas (que tem mesmo razão de ser famoso). Falei minhas primeiras palavras em alemão e foi a primeira vez que tentei desbloquear meu cartão. A primeira vez que vou a uma igreja Luterana. A primeira vez que fui da equipe azul e que, com a equipe azul, ganhamos três das quatro tarefas em uma gincana que todos ganham. A primeira vez que assisti "Jogos Mortais II", que comi pastel de chocolate com morango, que tomei café em uma mesa onde cada um tem sua própria faca pra cortar o pão. A primeira vez que ri de piadas do Chuck Norris, que vi drogada comparar a lua com tapioca (em peça teatral), que não tive crise de claustrofobia ao dormir em barraca nem crise alérgica pela mudança de clima.

Algumas coisas, eu me lembro, já aconteceram antes, mas são momentos tão especiais, na companhia de amigos tão especiais, que é como se fosse a primeira vez (isso pareceu até nome de filme ...rs): Corremos na grama até cair, fizemos guerra de balão de água, demos risadas de doer a barriga, sonhamos sobre nossos sonhos, acordamos com sorrisos de "Bom Dia!", choramos, cantamos, dançamos, dormimos ao relento, olhando o céu, torcendo pra ver estrela cadente, procurando desenho em nuvens, contando quantos braços seriam necessários para alcançar essa ou aquela estrela, vendo a noite passar, falando bobeira, compartilhando amor, e para a lista das primeiras vezes, conheci uma nova constelação e vi o Cruzeiro do Sul, desde o sul.

Pela primeira vez, pedaços de mim ficaram em Joinville, nos amigos que lá estão e nos novos amigos de lá. Agora tenho uma desculpa pra voltar, afinal, preciso tentar buscar o que ficou pra trás, mas é claro que isso é só uma desculpa, na verdade, não pretendo trazer nada de volta.


Saudades...

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