"Aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado."
[Tiago 4:17]
7.3.07
14.2.07
De Luto
Não vou transcrever uma nota de falecimento, que sempre inclui sentenças superficiais como “lamentamos a morte de” ou “com profundo pesar comunicamos que”. Não é simples pesar o que sinto e nem estaciono na esquina das lamentações. Meu luto é movido sim, pela tristeza, mas também pela revolta. A violência canta suas canções fúnebres por toda a cidade e se farta com o sangue de nossos pais, irmãos e irmãs.
Estou de Luto. Chore comigo e com muitos outros, se quiser, desde que seu choro não seja passivo. Coloque cartazes nas portas, faixas nos braços, vista a camisa contra nossa própria apatia e conformismo. Olha pra Jesus! Não jogue lixo no chão e tire os que ver. Respeite as pessoas, ainda que você não as conheça. Não temos o direito de ser cruéis mesmo quando irados. Dê seu lugar nos ônibus e metrôs. Todas as pessoas são iguais. A lei não é do mais forte, não há ninguém mais forte. Pare de olhar pro seu eu como se ele sobrevivesse sozinho. Nós construimos a sociedade diariamente, não precisamos esperar uma reformulação das leis ou a atitude do governo. A responsabilidade é nossa, assim como as iniciativas de mudança.
Dessa forma, de frente para as lápides mas não de costas para a cidade, choramos com as famílias de...
...João Hélio, Guaracy Paes Falcão, Ricardo Rodrigues Oliveira, Fidélis Dias Mineiro, Magé Djair Corrêa, Ronaldo Duarte, Johnatan da Silva, Júlio César da Silva Quirino, Marcos Moreira, Antônio Fernando F. Japiaçu, Dionatan Soares, Wellington de Souza, William da Silva, Luiz Fernando dos Santos, Marisa Carla L. Gaião, Dionice dos Santos Pires, Jorsan Machado de Oliveira, Antônio Paulo da Costa, Marisa Carla Lima, Maurício Gamilserheg Felippe, Alexandre de Oliveira Gusmam, Edvânia dos Santos Silva, Alex Sarmento Mendes, Luis Fernando de Miranda Magalhães, Iago Silva, Fábio Fernandes Rocha, Moisés da Silva Coelho, Guilherme Conceição da Cruz, Anderson Lima, Claudia Aguiar, Wagner Almeida de Castro, Marina Gomes, Milton Francisco, Marcos da Silva Bernardo, Mário Henrique Rocha Pinto, Leonardo Lopes da Silva Campos, Luiz Cláudio Soares, Luis Fernando de Miranda Magalhães, Alfredo Correa, José Carlos Pacheco Rosa, Iata Anderson de Oliveira Rodrigues, Alan da Costa Barcelos, José Elias Matille, João Batista Alves...
Alguns dos mortos no mês de fevereiro. Para uma lista completa - www.riobodycount.com.br
Estou de Luto. Chore comigo e com muitos outros, se quiser, desde que seu choro não seja passivo. Coloque cartazes nas portas, faixas nos braços, vista a camisa contra nossa própria apatia e conformismo. Olha pra Jesus! Não jogue lixo no chão e tire os que ver. Respeite as pessoas, ainda que você não as conheça. Não temos o direito de ser cruéis mesmo quando irados. Dê seu lugar nos ônibus e metrôs. Todas as pessoas são iguais. A lei não é do mais forte, não há ninguém mais forte. Pare de olhar pro seu eu como se ele sobrevivesse sozinho. Nós construimos a sociedade diariamente, não precisamos esperar uma reformulação das leis ou a atitude do governo. A responsabilidade é nossa, assim como as iniciativas de mudança.
Dessa forma, de frente para as lápides mas não de costas para a cidade, choramos com as famílias de...
...João Hélio, Guaracy Paes Falcão, Ricardo Rodrigues Oliveira, Fidélis Dias Mineiro, Magé Djair Corrêa, Ronaldo Duarte, Johnatan da Silva, Júlio César da Silva Quirino, Marcos Moreira, Antônio Fernando F. Japiaçu, Dionatan Soares, Wellington de Souza, William da Silva, Luiz Fernando dos Santos, Marisa Carla L. Gaião, Dionice dos Santos Pires, Jorsan Machado de Oliveira, Antônio Paulo da Costa, Marisa Carla Lima, Maurício Gamilserheg Felippe, Alexandre de Oliveira Gusmam, Edvânia dos Santos Silva, Alex Sarmento Mendes, Luis Fernando de Miranda Magalhães, Iago Silva, Fábio Fernandes Rocha, Moisés da Silva Coelho, Guilherme Conceição da Cruz, Anderson Lima, Claudia Aguiar, Wagner Almeida de Castro, Marina Gomes, Milton Francisco, Marcos da Silva Bernardo, Mário Henrique Rocha Pinto, Leonardo Lopes da Silva Campos, Luiz Cláudio Soares, Luis Fernando de Miranda Magalhães, Alfredo Correa, José Carlos Pacheco Rosa, Iata Anderson de Oliveira Rodrigues, Alan da Costa Barcelos, José Elias Matille, João Batista Alves...
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2.2.07
Contra a Crença Fóssil
"É mais fácil cultuar os mortos que os vivos
Mais fácil viver de sombras que de sóis
É mais facil mimeografar o passado que imprimir o futuro
Não quero ser triste
Como um poeta que envelhece lendo Maiakovski na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como um cão que sai a passear com o seu dono alegre, sob um sol de domingo.
Não quero ser estanque
Como quem constrói estradas
e não anda"
[Zeca Baleiro, "Minha Casa", álbum: Liricas]
12.12.06
Ateliê
Todas as coisas são feitas de papel.
Estrelas são...
vagalumes brincando de voar.
Todas as coisas são feitas de biscuit.
Quem me disse?
Foi...
um vagalume de papel.
11.12.06
Tributo à Claire
Uma vez eu disse a ela que, se em toda a minha vida conseguir ler a metade dos livros que ela já leu, morrerei satisfeito com minhas aspirações literárias.
Mas meu tributo à Claire não se dá pelo conhecimento que ela adquiriu sobre o mundo da literatura e os mundos que esse mundo carrega. Mas por ser ela a Claire e por dedicar-se sem insconstâncias à nos inspirar com seus textos e mostrar-se neles, desde o seu primeiro trabalho, com o Blog da Loba, até o último de uma fase que ela compartilhou conosco no Claire Insone. E essa palavra cabe muito bem: Inspirar. Sentirei sua falta e, como disse, espero um dia ler o acervo que vai construir na quietude de um lugar só seu.
Manterei o link ao lado por mais alguns dias como memorial.
Abraços de quem se despede e guarda a esperança de que não será por muito tempo.
Mas meu tributo à Claire não se dá pelo conhecimento que ela adquiriu sobre o mundo da literatura e os mundos que esse mundo carrega. Mas por ser ela a Claire e por dedicar-se sem insconstâncias à nos inspirar com seus textos e mostrar-se neles, desde o seu primeiro trabalho, com o Blog da Loba, até o último de uma fase que ela compartilhou conosco no Claire Insone. E essa palavra cabe muito bem: Inspirar. Sentirei sua falta e, como disse, espero um dia ler o acervo que vai construir na quietude de um lugar só seu.
Manterei o link ao lado por mais alguns dias como memorial.
Abraços de quem se despede e guarda a esperança de que não será por muito tempo.
6.12.06
Nova Sessão
Na sessão Ares de Imagem [barra de links lateral], sacio minha necessidade de expressão com outro recurso além das palavras [além como 'um recurso a mais', e não como 'mais elevado']. Será um prazer ter sua visita pelas diferentes galerias da exposição.
Sinta-se à vontade.
Sinta-se à vontade.
4.12.06
Do arco ao alvo.
Não sou muito íntimo dessas regras e códigos por trás da web, mas uma comunicação eficiente exige padrões que contenham os mesmos valores de influência. Pensando nisso, precisava enviar minha carta informativa por e-mail com os mesmos traços de identidade visual da carta que envio impressa.
Encontrado um programa que me ajudaria a evitar aquele monte de códigos, comecei a trabalhar.
No começo era só algo conceitual e processual [isso significa isso e é assim que isso funciona]. Depois de acostumar-me um pouco com tabelas que insistiam em mudar de tamanho sem ao menos avisar, com ajustes e desajustes de imagens e com aquele monte de propriedades e opções que eu nem sei bem pra que funcionam, percebi que adquiri um cacoete na parte processual da tarefa; Quando identificava um problema, empreendia todo meu esforço na resolução desse problema. Toda a minha preocupação voltava-se para, por exemplo, o texto que não aceitava a formatação. Era um desaforo por parte do texto, um descaso, um desprezo ao meu bom gosto. Quando, enfim, era formatado o texto, acabei notando que, enquanto caracteres desobedientes ocupavam meus neurônios, outros problemas surgiram. O texto estava em comum acordo com a tabela, a tabela cochichava nos ouvidos pixelados das imagens e elas às vezes ouviam, outras não, revidando a mania das tabelas de encaixotarem-se em bordas e espaços indesejados. Um motim contra minhas intenções.
Focalizar um problema para resolvê-lo foi até funcional, se considerado que o problema específico era realmente resolvido, mas tal cacoete que adquiri no processo gerou outros problemas que poderiam ser evitados. Tentei mudar a estratégia. Isso requereria uma maneira diferente de olhar para a tela. Eu precisaria de uma visão holística, abrangente, que me ajudasse a resolver cada problema sem que o todo saísse de foco. Trabalharia sim, com o bendito texto mal-educado, sem esquecer que ele está abrigado por tabelas e, logo ao lado, há imagens que são essenciais para o que o e-mail honre a idéia para qual está sendo criado. Enquanto isso códigos são gerados. E, se olhar mais de cima, saímos da tela e vemos um monte de processos ocorrendo com as muitas conexões em bites dentro do computador, uma evolução tecnológica historicamente recente que me permite comunicar com pessoas que participam da minha história de maneira tão rápida. E é nesse ponto que saímos do conceitual e processual, e a tarefa passa a ser intencional.
Alvos claros definem passos intencionais legítimos.
Os problemas tornaram-se pequenos, as soluções mais claras. Podia ver amigos, familiares e conhecidos que quero tornar amigos, lendo a carta, e envolvendo-se com sonhos que não são meus.
O e-mail não ficou exatamente como eu gostaria, mas além de ter tempo pra melhorar, amigos responderam e escreveram-me cartas.
Encontrado um programa que me ajudaria a evitar aquele monte de códigos, comecei a trabalhar.
No começo era só algo conceitual e processual [isso significa isso e é assim que isso funciona]. Depois de acostumar-me um pouco com tabelas que insistiam em mudar de tamanho sem ao menos avisar, com ajustes e desajustes de imagens e com aquele monte de propriedades e opções que eu nem sei bem pra que funcionam, percebi que adquiri um cacoete na parte processual da tarefa; Quando identificava um problema, empreendia todo meu esforço na resolução desse problema. Toda a minha preocupação voltava-se para, por exemplo, o texto que não aceitava a formatação. Era um desaforo por parte do texto, um descaso, um desprezo ao meu bom gosto. Quando, enfim, era formatado o texto, acabei notando que, enquanto caracteres desobedientes ocupavam meus neurônios, outros problemas surgiram. O texto estava em comum acordo com a tabela, a tabela cochichava nos ouvidos pixelados das imagens e elas às vezes ouviam, outras não, revidando a mania das tabelas de encaixotarem-se em bordas e espaços indesejados. Um motim contra minhas intenções.
Focalizar um problema para resolvê-lo foi até funcional, se considerado que o problema específico era realmente resolvido, mas tal cacoete que adquiri no processo gerou outros problemas que poderiam ser evitados. Tentei mudar a estratégia. Isso requereria uma maneira diferente de olhar para a tela. Eu precisaria de uma visão holística, abrangente, que me ajudasse a resolver cada problema sem que o todo saísse de foco. Trabalharia sim, com o bendito texto mal-educado, sem esquecer que ele está abrigado por tabelas e, logo ao lado, há imagens que são essenciais para o que o e-mail honre a idéia para qual está sendo criado. Enquanto isso códigos são gerados. E, se olhar mais de cima, saímos da tela e vemos um monte de processos ocorrendo com as muitas conexões em bites dentro do computador, uma evolução tecnológica historicamente recente que me permite comunicar com pessoas que participam da minha história de maneira tão rápida. E é nesse ponto que saímos do conceitual e processual, e a tarefa passa a ser intencional.
Alvos claros definem passos intencionais legítimos.
Os problemas tornaram-se pequenos, as soluções mais claras. Podia ver amigos, familiares e conhecidos que quero tornar amigos, lendo a carta, e envolvendo-se com sonhos que não são meus.
O e-mail não ficou exatamente como eu gostaria, mas além de ter tempo pra melhorar, amigos responderam e escreveram-me cartas.
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